Cinema & Arquitetura

O Brutalista: Concreto, Memória e Reconhecimento

Com 10 indicações ao Oscar 2025, O Brutalista se firmou como uma das produções mais aclamadas do ano, vencendo três estatuetas: Melhor Ator, Melhor Fotografia e Melhor Design de Produção. Adrien Brody, em uma performance arrebatadora, deu vida ao arquiteto húngaro László Tóth, conquistando seu segundo Oscar e reafirmando seu prestígio como um dos grandes nomes do cinema contemporâneo.

Dirigido por Brady Corbet, o longa acompanha três décadas da vida de Tóth, um imigrante que foge da Europa do pós-guerra e tenta recomeçar nos Estados Unidos, determinado a deixar sua marca no mundo através da arquitetura. A narrativa é silenciosa, densa e carregada de simbolismos, construindo um retrato psicológico poderoso sobre identidade, pertencimento e ambição.

Brady Corbet, conhecido por sua sensibilidade visual e ritmo inquieto (Vox Lux), constrói aqui uma obra marcada por simetria, austeridade e tensão constante. O estilo brutalista — nascido no pós-guerra como resposta à necessidade de reconstrução rápida, sólida e democrática — não é apenas pano de fundo, mas personagem vivo. Cada bloco de concreto, cada fachada fria, reflete o isolamento do protagonista e sua tentativa de moldar o mundo ao seu redor.

Premiado também em festivais internacionais e vencedor de três Globos de Ouro, O Brutalista conquistou público e crítica com sua força estética e narrativa. O filme está disponível para aluguel nas plataformas Apple TV e Amazon Video, com previsão de estreia no Prime Video em breve.

Mais que um drama sobre um arquiteto, O Brutalista é um filme sobre a vontade de deixar algo duradouro em um mundo em constante transformação. Uma obra que, como o concreto que homenageia, permanece firme na memória de quem assiste.